Com todo respeito aos xamãs, somos todos xamãs.

O termo Xamã foi utilizado em alusão ao sacerdote-curandeiro na Sibéria, do siberiano Saman (que virou Shaman em inglês e Xamã em Português), que realizava as práticas de cura envolvendo diversos recursos naturais e extrafísicos. Essas práticas foram denominadas Xamanismo.

Os antropólogos passaram a utilizar essa nomenclatura na nossa história recente. Prática nativas, rituais de cura, ervas e plantas medicinais, trabalhos energéticos, espirituais e com auxílio das forças visíveis e invisíveis da natureza passaram a ser catalogadas como Xamanismo. Estados expandidos de consciência, transe, comunicação mediúnica e manifestação de espíritos aliados também foram muitas vezes colocadas no rol do Xamanismo.

Os estudos variam na área de antropologia, religião e nas medicinas naturais, saúde, cura. Em cada parte do planeta há uma expressão de Xamanismo. Desde tempos muito remotos e com pinturas rupestres descrevendo-as, algumas práticas são milenares.

Se olharmos para o aspecto espiritual muitas práticas eram utilizadas para o processo de cura. Nos dias atuais, algumas práticas espirituais permanecem ajudando as pessoas a encontrarem o seu próprio caminho de cura. Mesmo as religiões tem em sua doutrina formas e técnicas de curas realizadas em sessões com os fíés daquela crença.

No aspecto medicinal, inúmeros estudos científicos tem sido feitos a partir de práticas ancestrais e dos recursos utilizados nessas práticas sejam ervas, plantas, chás, imposição de mãos, trabalho com a energia, movimentos xamânicos, cânticos e sons de instrumentos, arquétipos, visões, visualizações, sonhos, dentre outros.

Há nos dias de hoje movimentos de resgaste de saberes ancestrais, de valorização da espiritualidade e da investigação científica. Tudo isso junto nos ajuda a avançarmos no processo de autoconhecimento, autocura e autoamor. Celebramos cada nova descoberta, cada resgate ancestral, cada revelação recebida e cada avanço científico.

E o Xamã onde fica nisso tudo? Afinal, o que é um Xamã?

Algumas definições de Xamã são bastante interessantes:

  • O curador de si mesmo.
  • Viajante entre os mundos.
  • Aquele que vê.
  • Aquele que voa.
  • Aquele que viveu a morte e o renascimento.
  • O que sabe o caminho para o submundo das sombras e o caminho da luz.
  • Aquele que nos guia.
  • O que nos ajuda a curar.
  • O que conversa com os espíritos e encantados.
  • O que traz a sabedoria do Grande Espírito e respeita o Grande Mistério.
  • Aquele que conversa com a Mãe Terra e todos aqueles que habitam aqui.
  • O iniciado ou escolhido de uma tradição para guardar os saberes e repassar para seu sucessor.
  • o líder espiritual de uma comunidade
  • o lider geral de um povo

Nem todas as tradições utilizam o termo xamã, mas certamente tem alguém que exerce algum desses papéis que geralmente é do xamã.

Uma das características mais importantes do Xamã é estar presente aqui e agora. Saber transitar pelos mundos, realizar sessões que ajudam na cura ou qualquer outra atividade com a consciência da missão aqui na Terra. Há um propósito de estarmos aqui na Terra e o respeito, gratidão e amor por esse planeta, por todos os seres que aqui habitam e transitam entre nós certamente está presente em todos os xamãs despertos.

Com todo respeito a algumas tradições onde o Xamã nasce e é reconhecido como o próximo Xamã. Honro isso.

Com todo respeito a algumas tradições onde o Xamã é escolhido e treinado pelo Xamã mais antigo. Honro isso.

Com todo respeito a algumas tradições onde o novo Xamã sente e escuta o chamado, vai buscar um Xamã experiente para guiá-lo. Honro isso.

Com todo respeito a algumas tradições onde o Xamã sente e escuta o chamado sozinho, recebe um Xamã do plano espiritual para guiá-lo. Honro isso.

Com todo respeito a algumas tradições onde há escolas e formações para os novos Xamãs, que sentem e escutam o chamado. Honro isso.

Respeitando todas essas possibilidades e compreendendo que em alguns casos, há ali cargos, funções e papéis específicos daquela cultura, povo ou doutrina, que não são nem serão ocupados por qualquer pessoa.

Na busca pela autocura, o apoio e orientação de alguém experiente é de fundamental importância. Atenção para não cairmos no “oba oba” ou “modismos” onde o princípio de #somostodosxamãs se torna fazer de qualquer jeito ou com qualquer um, sem a honra, o sagrado, o respeito, os saberes e as experiências necessárias.

Quando dizemos aqui Somos Todos Xamãs isso ecoa como um grito de liberdade, de empoderamento e consciência que todas as pessoas são capazes de curar a si mesmas. Essa autocura tem a ver com algo bastante profundo relacionado a alma, ao espírito, a essência, a própria existência. Uma vez feita essa escolha da viagem interior em algum momento vamos ver, voar, comunicar, conhecer, sentir, ouvir, conectar, curar a nós mesmos.

Vale aqui a ressalva que ninguém cura ninguém. Pessoas e profissionais farão o seu melhor para apoiar no processo de cura, que em última instância é da própria pessoa e do Grande Mistério da Vida.

O que ensinamos aqui é a união e a integração, portanto ninguém deve abrir mão de nenhum tratamento sem a orientação do profissional responsável pela sua saúde. Não somos e nem substituímos os trabalhos dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, nutrólogos, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e todos os outros profissionais de saúde. Respeitamos e honramos a ciência e todos os profissionais que atuam na área. Não fazemos promessas de curar ninguém por meios secretos ou infalíveis, não ministramos substâncias, não fazemos diagnósticos nem decretamos a cura, nem a alta médica, nem nada do tipo.

Há inúmeras tradições xamânicas que utilizam plantas de poder, plantas sagradas e professoras plantas, que são ministradas fisicamente através de chás, pó, bebidas, colírios ou administração na pele em rituais sagrados. Respeito e honro muito, mas não utilizo nas vivências, atividades e atendimentos.

Utilizamos algumas das práticas integrativas que no Brasil são reconhecidas e adotadas pelo SUS como abordagem de cuidado (PORTARIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE N° 702, DE 21 DE MARÇO DE 2018) e incentivadas no mundo todo pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Tudo isso pode ajudar a pessoa de forma integral no seu processo de autocura, cada um no seu tempo, no seu ritmo e com seus resultados específicos.

Eu vejo muitos Xamanismos pelo mundo. E a maioria nem usa esse nome. Se observarmos as semelhanças e o que nos une, poderíamos perceber que o xamanismo é universal. Se estudarmos mais a fundo qualquer tradição, religião, técnica de cura, terapia, vamos perceber que há um somatório de saberes ancestrais de diversas origens e épocas.

Honrar essa Ancestralidade que se apresenta desde o conhecimento de plantar, colher e comer uma maçã, aos ensinamentos filosóficos e de autoconhecimento, aprendizados espirituais e científicos faz parte de despertar o curador interno.

Curar de nós mesmos, curar nossa relação com a ancestralidade, com toda a humanidade, com todos os seres, com o planeta e o universo pode parecer infinito, mas dentro de nós há um universo de infinitas possibilidades.

Podemos nos aprofundar de forma amorosa, avançar no processo de autoconhecimento, ajudar as pessoas e o planeta.

Um despertar de consciência e escolhas mais alinhadas com o conceito de unidade: somos todos um.

Então se você sente no seu coração esse chamado, venha com a gente.

Heya Xamã!

Caminho do Amor

#SomosTodosXamãs